Uma das histórias mais marcantes do Homem-Aranha, "A Última Caçada de Kraven" nasceu como uma proposta para... Magnum, o herói de terceira categoria da Marvel. E também poderia ter sido uma história de Batman. É o que revelou o escritor J.M. DeMatteis em seu blog na livraria online Amazon. Em um post com elocubrações sobre a vida própria das idéias, ele conta a história editorial de "A Última Caçada de Kraven", que começou com a proposta de um herói que retorna, literalmente, do túmulo. DeMatteis propôs a história por volta de 1985 como uma minissérie de Magnum, na época um personagem secundário dos Vingadores. A idéia foi rapidamente rejeitada pelo editor Tom DeFalco, da Marvel. Retrabalhando a idéia, DeMatteis apresentou-a à DC como uma história de Batman - na qual o Coringa acha que conseguiu matar o Morcego, enterra-o e, repentinamente, o insano palhaço volta a ser são. A proposta, conta DeMatteis, foi rejeitada por um problema de timing: "O editor Len Wein tinha outra história com Batman e Coringa na mesa – uma coisa chamada A Piada Mortal, por um novo escritor britânico chamado Alan Moore (por onde será que ele anda?) – e achava que algumas coisas do Coringa na minha história se sobrepunham à de Alan". Insistente a respeito da premissa fúnebre, o escritor trocou Coringa pelo vilão Hugo Strange na sua proposta de bat-história. Recebeu um não dos editores novamente. (Anos depois, DeMatteis viria a reaproveitar apenas a idéia da lucidez momentânea do Palhaço em "De Volta à Sanidade", arco de histórias da série Legends of the Dark Knight, publicada no Brasil como minissérie, recentemente republicada nos EUA e também merecendo republicação por aqui.)
Poucos meses depois da segunda recusa da DC, DeMatteis foi convidado para assumir uma das séries do Homem-Aranha. Foi quando lhe veio o estalo de adaptar sua proposta para o personagem – por mais que o Aranha fosse um herói de histórias divertidas, uma visão dark lhe serviria principalmente naquele momento, logo após o casamento com Mary Jane Watson. A idéia inicial era utilizar um novo vilão. Foi um encontro fortuito com uma daquelas enciclopédias de personagens Marvel que o levou a descobrir que Kraven – ou Sergei Kravinov, inimigo de segunda linha do Aranha – era russo. DeMatteis, apaixonado pela obra de Dostoievski, imediatamente quis escrever a decadência de um vilão russo. O desenvolvimento da história acompanhou um período negro também na vida do escritor, sobre o qual ele não fala muito: "Digamos apenas que eu estava em um período onde cada dia era um esforço hercúleo. Me sentia enterrado vivo como Peter Parker; um habitante das profundezas como Rattus; perdido, desesperado e partido como Sergei Kravinov". "A Última Caçada de Kraven" foi finalmente publicada em 1987, com desenhos de Mike Zeck, tomando por dois meses todas as séries do Aranha nos EUA. No Brasil, ela mereceu tratamento de luxo da editora Abril no lançamento, pouco tempo depois. A última publicação brasileira foi em 2004, em uma coletânea lançada pela Panini. J.M. DeMatteis atualmente é editor da linha de graphic novels da editora Ardden Entertainment e está envolvido com vários projetos na literatura e na TV – como episódios para o novo desenho animado de Batman, The Brave and the Bold.
Via: Omelete
Ps: Se resolverem adaptar esta HQ para o proximo filme, ai talvez eles chegassem perto de ter um filme tão bom quanto Dark Kight.
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
Última Caçada de Kraven Ou Do Coringa?
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